A formação do jurista para o respeito em tempos de Red pill: Educação, Ética e Coletividade
DOI:
https://doi.org/10.63835/7wfs5a57Palavras-chave:
Cultura red pill, Masculinidade tóxica, Ensino jurídico, Educação crítica; , Métodos de ensinoResumo
O presente artigo examina os impactos da cultura Red Pill no ambiente educacional, com especial atenção à formação jurídica e ao papel do professor diante do avanço de discursos extremistas, misóginos e antidemocráticos. A cultura Red Pill, amplificada pelas redes sociais e algoritmos de recomendação, difunde ideologias antifeministas e promove uma visão distorcida de masculinidade, desestimulando o pensamento crítico e a empatia, sobretudo entre jovens em formação. Diante desse cenário, o texto defende uma atuação docente comprometida com a formação ética, crítica e cidadã dos estudantes, ressaltando que o ato de educar deve ser compreendido como um processo integrador entre conhecimento técnico, valores morais e responsabilidade social. A pesquisa adota abordagem qualitativa, de cunho teórico e exploratório, com base em revisão bibliográfica e análise crítica de fenômenos sociais contemporâneos relacionados à educação e à cultura digital. Defende-se o uso de metodologias ativas no ensino jurídico, como o método do caso e o diálogo interdisciplinar com o cinema, para fomentar a reflexão sobre os direitos humanos, a igualdade de gênero e a democracia. O professor, nesse contexto, assume um papel essencial na mediação dos conflitos de narrativa e no combate à desinformação e ao extremismo, preparando os futuros operadores do direito para atuarem de forma ética e comprometida com valores humanitários.
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