ECONOMIA DE VIGILÂNCIA E A DESPROTEÇÃO LEGAL DO DOCENTE: UMA CRÍTICA AO MODELO DAS IES PRIVADAS

Autores/as

  • Ana Maria Almeida Marques Unifametro e Faculdade CDL Autor/a

DOI:

https://doi.org/10.63835/fmkmjn91

Palabras clave:

Docência , Precarização, saúde do trabalhador

Resumen

Este artigo reflete sobre os impactos dos meios telemáticos no trabalho docente no ensino superior privado, destacando os riscos à saúde física e mental devido à falta do direito à desconexão. A expansão capitalista acelerada prioriza eficiência operacional, inovação tecnológica e lucratividade, atingindo também a educação, onde o conhecimento se transforma em mercadoria. Essa lógica prejudica a excelência pedagógica, fragiliza a identidade do professor e afeta seus resultados profissionais. Consequentemente, há erosão da solidariedade entre docentes e enfraquecimento sindical, desestabilizando as relações sociais e esvaziando o sentido do trabalho como elemento subjetivo. O resultado é um cenário de frustração e adoecimento, agravado pela vigilância digital via plataformas tecnológicas. Após a Covid-19, com a mediação crescente do ensino por ferramentas digitais—especialmente smartphones—intensificou-se a precarização do trabalho docente, acentuando vulnerabilidades subjetivas.

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Biografía del autor/a

  • Ana Maria Almeida Marques, Unifametro e Faculdade CDL

    Possui graduação em Direito pelo Centro Universitário Farias Brito (2008), Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade de Fortaleza (2010), graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (1993) e mestrado acadêmico em Sociologia pela Universidade Estadual do Ceará (2013). Especialista em Psicologia Jurídica pelo Centro Universitário Cidade Verde (2023) e Especializanda em Tecnologias Digitais para EaD pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (2024). Atua como advogada trabalhista e leciona a disciplina de Psicologia Judiciária Aplicada na Escola Judicial do EJUD-TRT da 1a Região (outubro, 2022). É integrante do Grupo de Estudos em Direito do Trabalho (GRUPE/UFC). Conciliadora e Mediadora judicial atuando no CEJUSC do Fórum Clóvis Beviláqua. Coordenou a Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho do Centro Universitário Estácio do Ceará, onde lecionou. Foi Coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da Estácio/Ceará. Atuou como Juíza Leiga na 6 Unidade do Juizado Especial Cível da Comarca de Fortaleza/CE. Atuou como professora tutora do curso de Aperfeiçoamento em Educação, Pobreza e Desigualdade Social da Universidade Federal do Ceará. É expositora da Oficina de Pais e Filhos, certificada pelo NUPEMEC do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Estuda os seguintes temas: Direito e Processo do Trabalho; Psicologia Jurídica, Precarização do Trabalho, Adoecimento relacionado ao Trabalho e Formas Adequadas de Solução de Conflitos. 

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Publicado

2024-12-22

Cómo citar

Marques, A. M. A. (2024). ECONOMIA DE VIGILÂNCIA E A DESPROTEÇÃO LEGAL DO DOCENTE: UMA CRÍTICA AO MODELO DAS IES PRIVADAS. Revista Juris Verdi, 1(1 out./dez. (4º trim). https://doi.org/10.63835/fmkmjn91